rostos
Meu amigo cantava. Dizem que cantava.
E de repente
quebram-se nas veias os relógios (...)
A Segunda Canção com Lágrimas, Praça da Canção, Manuel Alegre
rostos
para o adriano correia de oliveira
I
pelos interstícios da razão
vislumbra-se a paixão do raciocínio
o horizonte fundido sobre a rota dos barcos
escapa dentro do texto que se julga
sempre a caminho do mar
a neblina colcha de torrente
comanda-me a voz
em prosas no olhar
pela altura da vaga
mede-se a esperança
à janela do tempo
acrescento qualidades
às minhas sensações
um homem
com os dias azulinos sobre o mar
traça o curso das querenas
II
eram tão poucos os rostos
franjados de presságios
para os árduos barcos
que o sonho requeria
entre enganos e dias
restolhavam vozes
cobertas de noite
onde o silêncio
começava a existir
mas eram tão poucos
a mondar nos trigos dos critérios
o gorgulho dos prantos
ausentes da revolta
agora vamos sozinhos
os deuses são abismos do futuro
III
alguns barcos encalham e apodrecem
dentro dos rios crescem as barragens
balanço de metáforas transformação de cidades
nas máscaras do grito espia-se o grito
neste país de fronteiras sem vizinhos as borboletas das noites de agosto
turbilhonam sentidos que não sabemos
perguntado ao rio qual o caminho
o bafo das neves sem repouso
remete ao local sonolento dos princípios
a voz a pedra a tensão do futuro
contra o tempo
ícaro promete despertar
para o adriano correia de oliveira
I
pelos interstícios da razão
vislumbra-se a paixão do raciocínio
o horizonte fundido sobre a rota dos barcos
escapa dentro do texto que se julga
sempre a caminho do mar
a neblina colcha de torrente
comanda-me a voz
em prosas no olhar
pela altura da vaga
mede-se a esperança
à janela do tempo
acrescento qualidades
às minhas sensações
um homem
com os dias azulinos sobre o mar
traça o curso das querenas
II
eram tão poucos os rostos
franjados de presságios
para os árduos barcos
que o sonho requeria
entre enganos e dias
restolhavam vozes
cobertas de noite
onde o silêncio
começava a existir
mas eram tão poucos
a mondar nos trigos dos critérios
o gorgulho dos prantos
ausentes da revolta
agora vamos sozinhos
os deuses são abismos do futuro
III
alguns barcos encalham e apodrecem
dentro dos rios crescem as barragens
balanço de metáforas transformação de cidades
nas máscaras do grito espia-se o grito
neste país de fronteiras sem vizinhos as borboletas das noites de agosto
turbilhonam sentidos que não sabemos
perguntado ao rio qual o caminho
o bafo das neves sem repouso
remete ao local sonolento dos princípios
a voz a pedra a tensão do futuro
contra o tempo
ícaro promete despertar
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