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outubro 01, 2009

O Bloco, segundo Bruno Vitorino


Confessando a minha simpatia pelas pessoas do Vereador Bruno Vitorino e do candidato à Câmara Municipal Nuno Banza e, a título meramente pessoal, não posso deixar de tecer breves comentários às afirmações produzidas pelo primeiro, dadas à luz na edição “on-line” do Rostos de 30 de Setembro, a propósito, ou a despropósito, do Bloco de Esquerda.

Aponta Bruno Vitorino as suas baterias dizendo não ter o Bloco de Esquerda feito o trabalho de casa e de não ter ideias para o Barreiro. Como a notícia não esclarece mais não sei a que trabalhos, que devessem ter sido feitos e não o foram, se refere o Vereador. Se, no entanto se quiser esclarecer basta dar-se ao trabalho de “folhear “ o Rostos e depressa de aperceberá das intervenções do Bloco nos órgão políticos onde tem representação e na sociedade em geral, durante todo o tempo e não apenas em períodos eleitorais, feitas no e sobre o Barreiro. Espero que reflicta e não queira entrar naquela categoria do “pior cego é o que não quer ver”.

A afirmação de não ter o Bloco ideias para o Barreiro é arrogante e simplista. Arrogante porque pressupõe o princípio erróneo de que a inteligência e esclarecimento são património exclusivo de um homem ou de um partido; simplista porquanto parte da noção de o que não vê ou não sabe é pura inexistência. Esta é uma posição muito restrita e paroquial que é perigosa para quem se propõe ao governo dos homens.

Por outro lado, como afirma o candidato Nuno Banza, não será muito curial que os simpatizantes do Bloco venham a votar PSD, ou vice-versa. Se o amor à democracia nos une, muita coisa sobre a forma de a pôr em prática nos separa. Por isso, por aí, não virá grande perigo para qualquer dos partidos. Então porquê esta incomodidade que o Bloco de Esquerda parece suscitar em Bruno Vitorino que o leva a querer evidenciar, estraçalhando a realidade, miríficas incapacidades do Bloco?

Só uma resposta me parece plausível. No Concelho do Barreiro o Bloco teve uma votação superior à obtida pelo PSD. O receio sustentado de que, a manter-se este resultado, perca o PSD o seu vereador a favor do Bloco é a real substância de tais afirmações. Não duvido que o temor seja legítimo mas, para bem de todos, devemos dignificar a política não recorrendo a este tipo de argumentos infundados, desprestigiantes para quem os utiliza. Façamos, isso sim, uma política informada, baseada no desejo das melhores soluções para a Cidade, consultando com boa-fé as propostas dos adversários e a bondade dos seus programas, criticando as verdadeiras ineficácias ou as reais actividades que desmereçam o proposto.

Se o não conhecer terei todo o gosto em enviar-lhe o programa autárquico do Bloco de Esquerda do Barreiro, para que consigo não se passe o que se passou com a sua líder nacional a qual, por semelhante arrogância, também não reconhecia nos outros a existência de programas e ideias capazes de pensar e renovar o país.

Veja o resultado que deu!

Publicado in “Rostos on line” – http://rostos.pt

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