poema para charly
o poeta social o poeta do amor geral
tinha ossos na alma mão acilosadas
é preciso que se ame enquanto a recordação dura
e nada é frio nada são olhos de morte mãos no cérebro
à porta da decepção os átomos de carbono
acenavam lenços de assoar
e as casas grandes esmagavam o jardim
é o tempo
que chega o tempo de não chegar as televisões
gritam bombas conquista diária da morte
é preciso charly é preciso que se ame com raiva
e átomos fissionados até um inexistente
deus voltar a cara ao polígono dos dedos
em orações de corpos de mulheres ao nosso
baloiçam as pernas nas caudas dos cometas
seca a areia come-se espaços de sermos pouco
basta do tempo do nada que chega
In silêncio mordido, Plexo, 1974
Foto: Pedro Correia
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