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outubro 07, 2007

tema da solidão I



na leitura completa e transcendente
mergulhamos vazios neste café
onde ausência funciona intermitente
num tejo mansarrão que perde o pé

intromete-se o rio na minha bica
neste momento ignoto introspectivo
e nunca sou aquele que atrás fica
tão somente um presente objectivo

sobre a palma rota desta mão
fica o futuro porto a descoberto
em volutas lineares de solidão

e todos vós amigos estais tão perto
do lume que incendeia o coração
que eu entro no café de peito aberto

de repente
reparo que o poema
se recusa ao que sinto
e se tranforma inútil
no morfema
das dores em que me minto

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2 comentários:

Pedro Estadão disse...

Excelente, como sempre.

Quando é que sai livro?

Um abraço,

Estadão

KIRA disse...

oh estadão: este rapaz faz-se, não ?
sabes no que é que eu "embirro" com ele ? é que é tão bom poeta que até tem peneiras...desde pequenino. o sacana!
kira