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junho 24, 2007

novas histórias de penélope - primeiro choro de penélope



é aos deuses que dirijo
esta imprecação
aos deuses que cruéis e desumanos
beijam na boca
o sonho dos mortais

ainda a clepsidra não rodou
e já as velas difusas
no horizonte se fundem

a sibila murmura palavras
que não me iludem

que no meu choro pressinto
muro de tróia a arder
o tempo deste absinto
feito fruto de sofrer

sou penélope
a que espera dos deuses
consolação
na trama do meu regaço
guardo o futuro
da nação

e sou mulher nesta espera
do tempo que for capaz
que o peso que em mim carrego
só nasça se for rapaz

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