tema da solidão X
minha pátria é este sol
esta música um barco de vento
a febre das rosas ou
maio que se abre em novas cores
esta música um barco de vento
a febre das rosas ou
maio que se abre em novas cores
minha pátria é um país
de estranheza
circundado por ternura e pardais
minha pátria é esta terra
uma hera recolhida
em horas vesperais
é o branco silêncio a luz intensa
o acordar o sonho a sombra imensa
que torna e roda e que decai
em ciclo duradoiro
onde o sangue pulsa
plantando vinhais de solidão
poema terra
sentido sem razão
sol de maio meu tempo sustido
entre o momento de partir e de estar
o tempo gota a gota cai
e ninguém vê
que o tempo é pátria e terra avara
é por isso que o meu canto pára
2 comentários:
Abençoado este tempo de fome e de fartura. Fartura de palavras, bem vindas a este Universo dos semi-vivos, que sentados esperavam os teus dias de ócio, para que recomeçasses assiduamente a escrever e nós quotidianamente a ler os teus poemas.
Vou ser o 1º subscritor, afim de que o teu canto não pare.
Um abraço.
São, amigo, subterfugios poéticos. Quando a voz é livre, mesmo que ela se cale o canto continua no silêncio.
Para ti, um poema de há muito:
cantar e quem canta para além do
próprio canto das asas quem voa e
quem espera o canto
e quem fica na espera que o canto trás da
hora e do silêncio calando o canto de
todos nós aves que poisando as
asas poisam na terra e o canto do silêncio
é sempre espera de nós
como se cantando o canto também se
cantasse a voz
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