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junho 29, 2007

novas histórias de penélope - circe



I

sob o olhar de circe
a desmedida
ulisses aportou à ilha

ali quis enterrar
tróia destruída
mas sobre o sangue de páris
derramado
por enquanto tróia ardia

os guerreiros em retirada
instantes descobriram
as armas embotadas

ninguém ganhara nada

só tróia no seu fogo
a vida consumia
de helena agrilhoada

no caminho de esparta
presentia
que menelau ansioso
a aguardava
e nunca saberia
que era páris o morto
que ela ainda amava

nos olhos de circe
a sem medida
inútil ulisses tentava adormecer

II

ulisses está parado
olhando a calmaria

que inquietações
lhe nascem nos sentidos

circe perturbada redobra o encantamento
e o seu vestido
semeando campos de luar
tranforma toda a ilha
num infinito rio de navegar

ulisses em movimento
parado junto à praia
faz viagens ao redor
da sua saia

III

mas se ulisses acorda
e se esvanece a ilusão de marear

nesse dia circe
a esquecida
não vai tecer cadeias
no olhar

ficará circe
convertida
na felicidade
de o saber de novo livre
nas vastidão do mar

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