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agosto 31, 2008

falenas VI





I


é sobre as horas em que trabalho o tempo
que me debruço terna companheira
na falua da noite canção serena
além da viração que o labor norteia
a embeber os rios abrindo-te a voz
ó clara enseada de prestígios
prestidigitadora solene dos indícios
que a lua deixa no canto
de cada um de nós

embalas a corrente do rio no pensamento
e no olhar antigo trazes dramas
ó movimento que da praia fazes cama
e te sabes única ainda que encoberta
nesses balcões amargos da verdade

II

reconheço-te na essência que percorre
o lânguido transporte da ave que se cerca
e no voo de cada uma permaneces
abrindo o vau do vento ao agro ao cereal

mas que dizer do vento do cálido langor
que em certas noites abate como tiro
os corpos que se dão

as asas coloridas tu trouxeste
e mais que as palavras que disseste
de ti em mim cresceu perturbação

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