Brasil 2 - Pantanal
De Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, onde estávamos sediados, partimos, neste pequeno autocarro, a caminho do Refúgio da Ilha ( http://www.refugiodailha.com.br) situado no delta do Rio Salobra, em pleno Pantanal. Mal sabíamos a aventura em que nos iríamos meter.
Eis aqui uma pequena parte da aventura, passada a estreita ponte sobre o Salobra que delimita a ilha onde nos fomos alojar. Podem ver um jipe, dos proprietários da pousada, que veio em nosso auxilio cortando uma pernada da árvore, porque o autocarro era demasiado alto para um caminho, de muitos quilómetros e toscas, estreitas e frágeis pontes de madeira, pensadas para veículos ligeiros de todo o terreno e não para um autocarro, ainda que não dos maiores. Ganhámos a honra de ter sido o primeiro autocarro a chegar ao refúgio. Mas com que emoções, senhores…!!!
Mal o autocarro ficou libertado e pudemos desembarcar caiu uma chuvada tropical daquelas de parecer que o mundo vai acabar. Fugimos dela para um abrigo de onde tirei esta foto de umas aves pequenas e tomar, no galho, o seu duche diário. Percebemos depois que todos os dias, sensivelmente pela hora do crepúsculo, a chuva caía, sempre como se quisesse alagar o mundo. A tal não chegaria mas o pantanal crescia, quotidianamente, a olhos vistos.
Passada a chuva de alguns minutos, ficou-nos assim o céu crepuscular. Com arcos íris e tudo!
Mesmo ali, paredes meias com a casa, vindo muitas vezes até à porta da habitação, moravam uns simpáticos jacarés. Este estava a descansar, mostrando um olímpico desprezo por esta malta que não se cansava de lhe tirar fotografias, excitados pela proximidade de tal criatura.
Aqui vai o Carlinhos, de cavalo em riste, pântano fora, atravessando savanas e florestas, no reino das anacondas. Como o guia informou, “não tenham medo que se aparecer anaconda ou onça-pintada os cavalos negam-se a avançar”. Perante tanta confiança nos cavalos quem é que iria recusar-se a quatro horas de percurso por terras para nós só conhecidas através dos documentários (muitos ali realizados) da BBC ou da National Geografic?
Começava aqui a exploração do Rio Salobra. Todo compostinho, colete de salvação e tudo, bem à portuguesa, depressa abandalhámos a excursão e foi, esquecendo-nos de que éramos turistas, que reportando-nos ao antigo espírito de bandeirantes, penetrámos pelos meandros do rio, convivendo, em gostoso banho, nas águas disputadas por jacarés e piranhas. Como somos valentes!!! O que ficou por dizer foi que os jacarés, na abundância de peixe não se interessam nada por nós e as piranhas só atacam, como todos sabem, na presença de sangue vivo ou, nos seus habitats que são em águas profundas e paradas. Na sequência nenhuma piranha me comeu mas o inverso não é verdadeiro. Nós comemo-las, pelo menos, em caldo, prato típico do Pantanal.
Esta é a ponte onde ficámos parados por causa da árvore. Por baixo passei depois no início da nossa aventura fluvial. O renque de plantas aquáticas que vemos junto ao pilar da ponte, é local de acoito para jacarés e, é são tão abundantes estas ilhas verdes que muitas vezes impedem os percursos no rio, sendo necessário procurar alternativas. A lontra gigante também brica e se acolhe nestas ilhas vegetais.
Uma “figueira” típica da floresta húmida. A fotografia trai, por baixo, a sua imponência. Mas é o que se conseguiu arranjar.
Cá estou eu na banhoca. Nos jacintos ao fundo estavam, pelo menos, dois jacarés que dormitavam no local onde estava o barco. Refugiaram-se quando nós chegámos no meio das plantas.
Demos mais umas voltas e ao anoitecer voltámos ao local do banho, conseguindo apanhar para a fotografia, mesmo ali à mãozinha, um dos donos do charco.
R pronto, com muitas chuvadas sobre o pelo e picadas dos mosquitos que não se incomodavam nada que nós tivéssemos tomado banho em repelente, aqui ficam algumas memórias do que foi a nossa vida, em alguns poucos dias, neste sacrário da natureza chamado Pantanal.
5 comentários:
assusta-me saber que o pessoal é afoito a tomar banho com jacarés. livra!
com mosquitos ou melgas não tinha problemas. agora lagartixas daquele tamanho? ná!
Eles não estão nada interessados em nós. São os rasteirinhos para o tímido. Bons rapazes. Até nos emprestam a sua piscina e não incomodam nada, desde que nós também não os incomodemos. Assim fosse muita gente.
Estimado amigo Carlistos, com que então de vsiita ao Patanal, bem bom com esses belos bicinhos às voltas, eu também ando em viagem mas nandando em águas bem mais calmas, neste oásis da Tailàndia, onde o tragégo é um inferno e nem os autocarros do Monte do Sião fazem milagres.
Um abração amigo
Olá Toi! Há nos orientes outros perigos bem mais funestos que aqueles rsateirinhos de boca larga. Como explico no texto, estes jacarés, não têm muito a ver com os africanos. Quando nadava nos rios da Guiné tinha sempre de ficar alguém de atalaia porque os crocos assim que sentiam gente na água, convergiam para onde nós estávamos. O meu amigo Júlio Benavente, de quem não tinha notícias à dezenas de anos, que o fale de sua própria experiência. Os jacarés do pantanal querem é ficar em paz. Se nós nos atiramos para a água, eles, se puderem, afastam-se. ~São pouco sociáveis e não querem nada com a gente.
Uma boa estadia pela Tailândia e aproveita essas magníficas praias.
Um grande abraço do amigo de sempre.
Carlos
Estimado Amigo Carlos Correia, o meu muito obrigado por me teres respondido a minha parcas letras.
Eu de praias fiquei cheio durante os 25 anos que andei no mar, porém visito algumas, agora tenho andado em digressão por mosteiros budistas, o meu blog faz referència a tudo o que vejo e onde vou.
Neste fim de semana irei para duas cidades no norte centro.
Os perigos existem em todo o lado, como tal é preciso ter cuidado.
Um abraço amigo, aqui não existem jacarés, mas sim corcolidos e daqueles gigantes rsrsrsr
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